"O poeta é um abstrator de quinta essências líricas. É um sujeito que sabe desentranhar a poesia que há escondida nas coisas e nas palavras, nos gritos, nos sonhos. A poesia que há em tudo, porque a poesia é o éter em que tudo mergulha, e que tudo penetra.
O poeta muitas vezes se delicia em criar poesia, não tirando-a de si, dos seus sentimentos, dos seus sonhos, das suas experiências, mas "desgangarizando-a", como disse Couto de Barros, dos minérios em que ela jaz sepultada (...)
Há quem censure o poeta por isso. Não me parece avisada tal atitude: a poesia é como o rádium - o milésimo de miligrama constitui uma riqueza que não se deve deixar de perder."
(Poema Desentranhado, in Flauta de Papel, 1957)
O poeta muitas vezes se delicia em criar poesia, não tirando-a de si, dos seus sentimentos, dos seus sonhos, das suas experiências, mas "desgangarizando-a", como disse Couto de Barros, dos minérios em que ela jaz sepultada (...)
Há quem censure o poeta por isso. Não me parece avisada tal atitude: a poesia é como o rádium - o milésimo de miligrama constitui uma riqueza que não se deve deixar de perder."
(Poema Desentranhado, in Flauta de Papel, 1957)
(Manuel Bandeira)
Cinthia escrevendo aqui! Que surpresa boa!
ResponderExcluirSeja bem vinda à blogosfera!